Entenda o que é a Selic
A Selic é a taxa básica de juros da economia e serve como referência para empréstimos, financiamentos e aplicações financeiras. Esse percentual reflete o custo do dinheiro entre os bancos e influencia diretamente o seu bolso.
Por que o Copom elevou a taxa para 15%?
Em 18 de junho de 2025, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu, por unanimidade, aumentar a Selic em 0,25 ponto percentual, chegando a 15% ao ano, o maior patamar desde maio/julho de 2006.O objetivo é controlar a inflação, atualmente em 5,3% ao ano — bem acima da meta de 3%.
O que mudou no comunicado do Copom
O Copom usou o termo “período bastante prolongado” para sinalizar que manterá a Selic neste patamar por mais tempo, avaliando os efeitos das altas já aplicadas. Ainda assim, deixou aberta a possibilidade de novos aumentos, caso a inflação não desacelere.
Impacto imediato para quem investe
-
Renda fixa (CDB, Tesouro Selic, LCI/LCA): agora oferecem rendimentos maiores e mais atraentes.
-
Poupança: continua com rendimento baixo (~6%), ficando menos atrativa.
-
Fundos de renda fixa: devem reajustar as projeções de retorno, beneficiando investidores.
Para quem tem dívida
Como a Selic influencia o custo do dinheiro:
-
Cartão de crédito, cheque especial e empréstimos pessoais ficam mais caros.
-
Financiamentos de imóvel e carro terão prestações mais elevadas nas próximas parcelas.
-
Taxa de rotativo do cartão também sobe junto com a Selic.
E a inflação, vai recuar?
Com a taxa entre 15% ao ano, o principal objetivo é conter os preços e ancorar as expectativas inflacionárias. Economistas preveem que a Selic ficará nesse nível até início de 2026, e os preços devem gradualmente voltar para perto da meta.
Cenário internacional e câmbio
O Fed (EUA) manteve os juros estáveis, aumentando o diferencial entre Brasil e EUA. Isso valoriza o real, tornando importações e viagens mais baratas — mas pode reduzir a competitividade das exportações brasileiras.
Como aproveitar esse momento: 4 estratégias
-
Aporte em renda fixa — CDBs, Tesouro e fundos DI com Selic alta são opções seguras.
-
Revisão de dívidas — renegocie contratos com juros atrelados ao CDI.
-
Diversificação — combine renda fixa com ativos como ações, FIIs e moedas fortes.
-
Reserva de emergência — proteja seus recursos em produtos de fácil liquidez.
Simulações práticas
Aplicação |
Montante |
Rendimento anual estimado |
Valor final (bruto) |
---|---|---|---|
Tesouro Selic |
R$ 10.000 |
~13,25% |
R$ 11.325 |
CDB 100% CDI |
R$ 10.000 |
~13,15% |
R$ 11.315 |
Poupança |
R$ 10.000 |
~6,00% |
R$ 10.600 |
Estes cálculos ilustram bem a diferença gerada pela Selic alta.
Perguntas frequentes (FAQ)
1. Selic a 15% é ruim para investimentos?
Não. Ela fortalece a atratividade da renda fixa, mas pode frear o consumo e afetar renda variável.
2. Quando os juros vão cair?
O mercado espera cortes apenas no início de 2026, caso a inflação mostre queda consistente
3. Vale trocar a poupança por CDB/Tesouro?
Sim, especialmente em cenários de Selic alta, por oferecerem rendimento superior.
4. Como se proteger agora?
Busque rentabilidade na renda fixa, mantenha reserva disponível e evite endividar-se com crédito caro.
A Selic a 15% ao ano representa um ponto de inflexão na economia brasileira. Ela eleva o custo do crédito, beneficia a renda fixa e oferece às pessoas mais oportunidades de rentabilidade. Mas para quem tem dívidas, pode significar aperto financeiro. O segredo é equilibrar: aproveitar as taxas elevadas para investir, sem abrir mão do controle dos gastos e reservas financeiras.